Wednesday, June 07, 2006

No shopping

O shopping estava estranho, parecia que todo ele era feito de encanamento e mais nada não tinha loja alguma, estava tudo destruído. Eu estava no andar de baixo, olhando a destruição, tijolos caídos, poeira, pedaços de coisas e apesar de tudo, estava cheio de gente.
Tinha gente descendo uma escada semidestruída, correndo risco e ninguém ligava, só eu parecia me preocupar.
A escada estava quase arrebentando, quando não havia mais jeito de passar por ela, tentei subir, não entendo meus pensamentos.
Não havia mais jeito de subir, nem de descer.Então vi uma menina com alguns "amigos" ela emprestou a carteira dela pra um deles que brincava e ambos riam.Ele simplesmente jogou a carteira dela no chão. Vi tudo. Era óbvio que ele estava enganando-a, havia jogado a carteira dela, pra que outra pessoa disfarçadamente pega-se, e assim cometeriam o roubo.Não pude me conter, corri e peguei a carteira. Porém, nada estava tão fácil quanto parecia. Ao pegar a carteira já vi os comparsas do rapaz que fazia a moça rir, eles já estavam correndo atrás de mim.
Comecei a correr o mais rápido que pude e, entrei nos encanamentos do shopping, aqueles sim, eram os encanamentos, era como um labirinto, cheio de escadas e todo estreito. Vi uma porta, que deveria ser vermelha, mas estava azul, e tinha o desenho de uma escada. Abri e fechei rapidamente e comecei a subir, ao chegar no primeiro andar, vi uma mulher num tanque, lavando roupa.E um corredor com milhares de roupa atrás dela, acho que aquelas roupas estavam indo pras lojas.
Andei por entre as roupas, naquele corredor escuro, gelado e molhado. Achei a outra parte da escada e vi que a mulher que estava lavando as roupas me seguia.
Mais uma comparsa do malandro que fazia a moça sorrir.
Corri e subi a escada mais próxima.
Cada andar que eu subia me levava pra um lugar mais inacreditável, e eram muitas escadas.
Fui subindo até chegar na ultima, subi.
Desta vez a escada me levava para um quarto cheio de gente jogando videogame. Um japonês, que assistia os outros jogarem me olhou e começou a falar, não sei o que ele disse. Mas falou, ele era o líder dos comparsas do bom moço que fazia a moça rir.Eu estava no ultimo andar, em um quarto cheio de comparsas e com o líder deles falando comigo, um japonês gordo.
Corri. Pro lado em que eu via a luz. A luz que afinal, me levou ao fim do túnel. Estava eu então, no teto do shopping, fugindo de um japonês gordo, ele correu atrás de mim sozinho, os outros deviam estar muito ocupados com o jogo.
Não sei o que aconteceu nessa hora, na verdade não me lembro. Lembro-me de estar novamente no primeiro andar do shopping, com muitos comparsas correndo atrás de mim,
Encontrei meus amigos e me escondi entre eles, e fomos caminhando pra saída do shopping.
Lá também estava meio destruído, era como se o shopping ainda estivesse em construção. Ao nos aproximarmos do portão um avião passou por cima de nós e jogou uma bomba, que caiu no portão que estávamos atravessando.
Ela não explodiu instantaneamente, deu tempo de correr um pouco. Quando ela explodiu, pulei pro chão, imitando meus amigos que também estavam pulando, e uma pedra passou por cima de mim, se eu não tivesse pulado, tinha levado pedrada.
Meus amigos começaram a rir muito e falar: "que loucoooo"E lá estavam, os comparsas, todos, vindo em minha direção.Comecei a correr e o dia virou noite. Ao chegar na avenida, era tudo de terra. Apenas o chão era asfalto. Mas não existiam prédios, nem arvores, nem casas, era tudo uma grande montanha de terra.Corri e vi que não tinha pra onde ir, nenhum lado pra onde eu ia iria me levar pra rua de casa, comecei a me desesperar então.
A rua estava muito escura e os mendigos já estavam me olhando estranhamente. Descobri que teria que voltar ao shopping, e sair por outro lado pra poder ir pra casa,
Liguei pro meu pai e mandei que ele viesse me buscar imediatamente.
Corri pro shopping, já sabia que lá estariam todos os comparsas e seu líder gordo me esperando.Consegui correr deles, atravessei o shopping e cheguei no ponto de ônibus, lá encontrei uns amigos meus, que assistiam um show de um homem fazendo acrobacias com cachorros no meio da rua movimentada, colocando a vida dos pobres cachorros em risco.Ao ver aquilo, algo me mandou correr, então, corri. Sabia que meu pai iria me buscar na frente do ponto de ônibus, mas corri dali, fugi novamente.
Após correr um pouco chego em uma rua, que não me era estranha, tinha um muro, e claro, terra. Por todos os lados, não existia mais nada. Só terra e um muro de tijolos brancos semidestruído e a loucura dos carros incessante que passavam escandalosamente do meu lado, o estranho é que eles já não faziam mais barulho.
E então acordei.

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