Saturday, June 16, 2007

Baby, see you later.

Há muito já não diziam palavras,
Há muito já não havia o que dizer,
Palavras eram inertes, sucumbidas às propriedades humanas.
O que era etéreo e sentido ia além das ideologias circunstanciais desses seres pensantes.
Sei que as três palavras mais guardadas do meu vocabulário, dariam uma frase completa.
Tudo se resumiria a elas, que nunca por mim foram dirigidas a ninguém.
Porém, não adiantaria soletra-las.
Aquilo tudo ia além, mesmo que fosse efêmero,
O mundo era todo você e minha alma e corpo eram todos seus, mesmo que durasse um segundo.
E eu que não sei o que é amar,
Nunca poderei saber que palavras usar.


Ela pensou nisso e disse com toda a convicção do mundo:
- Eu te amo.

Sem obter resposta, repetiu:
- Te amo.

E novamente ninguém a respondeu, ela olhou por todos os lados e viu que estava falando sozinha, ela se viu dentro do vazio, aquilo era o vácuo, ninguém poderia ouvi-la, ninguém poderia ouvi-la...
E no escuro do submundo onde se encontrava, ela se escondeu, de ninguém, ela se escondeu dela, ela correu pra se livrar daquilo, ela correu e tentou encontrar uma luz no fim do túnel...
De repente ela percebeu que não adiantaria correr, não adiantaria chorar, nem gritar, nem nada...

Então ela sentou e esperou o dia amanhecer.

Thursday, June 07, 2007

No domingo que acordei cedo

O dia amanheceu, eu corri pro quintal de pijama e senti frio, era uma manhã cheia de neblina e vento. Meu cachorro veio correndo comigo e ficou olhando pra cima, eu olhei pra cima também, um passaro que estava parado olhando pro horizonte (ou pra qualquer lugar) voou, uma pena desgrudou-se dele e voou junto, e a pena foi caindo beeeeeem lentamente, fazendo curvas pelo ar, parou leve e calma em cima do focinho molhado do meu cachorro,
e se grudou lá.

A vida passava, a vida passava, tocando minha pele, e eu amava-a intensamente.

Então eu olhei pro meu cachorro e falei:
"que bela pena você ganhou, não esqueça de agradecer"